quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A QUINTA DO REZENDE - TRABALHOS JÁ PUBLICADO NO "CONCELHO DE ESTARREJA"

A QUINTA DO REZENDE

Se bem me lembro, a denominada Quinta do Rezende, foi em tempos não muito distantes, tema de conversas, disputas, e lutas, nas quais se envolveram muitos Pardilhoenses, para que este Património não fosse estragado, e fosse colocado ao serviço da população de Pardilhó.

Façamos um pouco de história:

Este pedaço de terra designado por Quinta do Rezende,foi em tempos adquirido por Antonio Rezende, homem abastado vindo do Brasil aonde fez fortuna. Aí construiu um palacete, tendo ali vivido até à morte com sua esposa e uma dama de companhia da referida esposa, a qual tinha vindo do Brasil com o casal.
O Padre Donaciano de Abreu Freire, ao tempo Reitor da Paróquia de Beduido, e também Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Estarreja, convenceu António Rezende, após a sua morte, que fosse doada à Santa Casa, o prédio, casa e quinta, para que aí fosse criado um asilo para cegos.
A Santa Casa, ficando proprietária do prédio, nunca fez rigorosamente nada no local, ficando o mesmo ao abandono durante décadas. Lembra-me que funcionou nos terrenos a feira dos nove e dos vinte e três, que foram transferidas do largo Dr. Egas Moniz, por aluguer à Santa Casa, e que terminaram quando foram proibidas quando dum surto de febre aftosa.
Quando da descolonização, instalaram-se algumas pessoas vindas das ex-colónias, tendo-se iniciado aí o processo de degradação do imóvel, acabando o mesmo por ser destruido muito recentemente por um incêndio.

Voltemos um pouco atrás:
Como já referido, a Santa Casa nunca fez nada neste local, e a certa altura, tendo necessidade de efectuar capital para a construção do Infantário da Teixugueira, e com a conivência da Cãmara Municipal, fez aprovar um projecto de loteamento para o espaço. Conhecidas as intenções, alguns Pardilhoense entre os quais eu próprio, que fui durante algum tempo porta voz do descontentamento que tal medida estava a gerar, manifestamo-nos contra tal pretensão, reevindicando, não o loteamento, mas a sua entrga a Pardilhó, conforme texto da doação.
Os nossos esforços na altura não foram coroados de êxito, na medida em que por parte da Santa Casa, nunca abriram mão do prédio. Após negociações ficou acordado a compra por parte de alguns Pardilhoenses constituidos em Comissão, pelo valor de vinte mil contos pagáveis em prestações anuais de cinco mil cada.
Agora entra aqui o grupo dos Estados Unidos da América, que també se constituiram em Associação, denominada Associação Beneficente Pardilhoense dos Estados Unidos da América, que se comprometeram a pagar a compra conforme pontualmente veio a acontecer.

Quando da Escritura da compra, e uma vez que a actual Associação da Quinta do Rezende não existia como estrutura legal, foi decidido, mal, que a Junta de Freguesia,seria a entidade que poderia funcionar como compradora. Asim aconteceu, e a propriedade da Quinta passou a ser propriedade de Pardilhó.

Foi desanexada a Capela, por decisão da Santa Casa, e posteriormente cedido o direito de superficie por noventea e nove anos ao Centro Paroquial, para ali construir o actual Infantário, cedido a casa para se construir o Centro de Saúde, e pasme-se, cedido por noventa e nove anos à Associação da Quinta do Rezende, para construir o actual Lar de Idosos.
Os nossos amigos dos Estados Unidos, constituidos em Associação, e que se consideram uma extensão da actual Associação da Quinta do Rezende, quando se comprometeram a pagar a compra da Quinta, tinham como objectivo a construção do Lar, o que foi conseguido, mas nunca foi referido que a propriedade fosse de outra entidade que não a sua congénere Pardilhoense. Devemos-lhe esta explicação, e simultãneamente a reposição da propriedade na posse de quem a deve ter, a Associação da Quita do Rezende.
Acresce que quase que automáticamente, quer a Cãmara Municipal, quer a Junta de Freguesia, tomam decisões quanto à utilização do terreno para os fins mais diversos. Se repararmos os terrenos da Quinta são utilizados para a deposição dos mais variados materiais provenientes de demolições que quer a Cãmara, quer a Junta efectuam.
A última que tive conhecimento, e a qual merece o meu apoio, é a hipótese de construir um edificio para o funcionamento do projecto dos "MENINOS DA RIA", abandonando o local que inicialmente tinha sido apontado. Até aqui tudo bem, quanto à questão de localização. E o resto: quem autoriza, que contrapartidas a Associação recebe em troca?

Primeiro: deverá ser feita a transferência da propriedade para a Associação da Quinta do Rezende.
Segundo: que as entidades intervenientes façam o pedido à Associação.
Terceiro: que seja convocada uma Assembleia Geral para decidir a cedência.

Estando todo o mundo de acordo com a construção do projecto, não seria lógico que o espaço anteriormente previsto passe a propriedade da Associação por troca?

A Associação, não pode, e não deve abrir mão dum direito que lhe assiste, tendo até em atenção que ainda não pagou o resto da divida assumida com a construção do Lar de Idosos.

É HORA DE TOMARMOS DECISÕES. AMANHÃ SEREMOS JULGADOS SE NÃO ASSUMIRMOS AS NOSSAS RESPONSABILIDADES.

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